Ministério da Fazenda apresenta conjunto de medidas para recuperação fiscal
Ministério da Fazenda apresenta conjunto de medidas
para recuperação fiscal
13 jan 2023 - IR / Contribuições
Ministro
da Fazenda afirmou que sua equipe está fazendo uma reestimativa das receitas e
despesas para 2023..
O
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou nesta quinta-feira (12/1) um
conjunto de medidas econômicas para a recuperação fiscal das contas públicas do
país. As ações anunciadas têm entre seus objetivos reduzir a litigiosidade
fiscal e evitar distorções tributárias. Em entrevista coletiva realizada
na sede do Ministério da Fazenda, em Brasília, Haddad afirmou que sua equipe
está fazendo uma reestimativa das receitas e despesas para 2023.
Acesse a apresentação das medidas de recuperação fiscal
Acompanhado
das ministras do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; e da Gestão e Inovação
em Serviços Públicos, Esther Dweck; e dos secretários Robinson Barreirinhas
(Receita Federal) e Rogério Ceron (Tesouro), Haddad ressaltou que a prioridade
é reparar os problemas da gestão fiscal anterior, responsável por medidas
que não consideraram as consequências que corroem a base fiscal do ano seguinte.
Isso
levou a Secretaria do Tesouro, segundo o ministro, a uma reestimativa da
receita e da despesa para 2023. O objetivo, neste momento, é que o déficit
primário fique entre 0,5% e 1% do Produto Interno Bruto (PIB), contra os mais
de 2% previstos. Haddad informou que as receitas projetadas para este ano são
de R$ 36,4 bilhões (0,34%) do PIB.
Carf
Dentro
do conjunto de medidas anunciadas para a recuperação da situação fiscal, outro
destaque foi a situação avaliada pela equipe econômica como insustentável no
âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). O estoque de
processos administrativos no Conselho vem oscilando em torno de 100 mil desde
2018. O valor, que girava em torno de R$ 600 bilhões entre dezembro de 2015 e
dezembro de 2019, saltou para mais de R$ 1 trilhão em outubro de 2022.
Outra
medida se refere à alteração do voto de qualidade no Carf, para que o governo
federal tenha o voto final nas decisões do Conselho, ao contrário do que ocorre
hoje. Atualmente, na hipótese de empate, o contribuinte vence o embate com a
União, o que vai contra os interesses da sociedade, conforme pontuou o ministro
Haddad.
Litígio
Zero
Apresentado
pelo governo no anúncio de hoje, o Programa de Redução de Litigiosidade Fiscal,
também chamado de Programa Litígio Zero, dirigido a pessoas físicas, micro e
pequenas empresas, prevê 40% a 50% de desconto sobre o valor total do débito
(tributo, juros e multa) e até 12 meses para pagar (independentemente da
classificação da dívida ou capacidade de pagamento). Uma das novidades é a
possibilidade de utilização de prejuízos fiscais e base de cálculo negativa
para quitar de 52% a 70% do débito.
O
programa introduz também o fim do recurso de ofício para valores abaixo de R$
15 milhões. A vitória do contribuinte na primeira instância encerra
definitivamente o litígio. O objetivo, ao dar oportunidade para que o
contribuinte regularize sua situação com o Fisco, é possibilitar a redução do
volume de processos nas instâncias recursais. O período de adesão irá de 1º de
fevereiro a 31 de março.
ICMS
No
anúncio das medidas, o ministro também destacou que o governo federal acata a
decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) relacionada à exclusão do Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo do
PIS/Cofins. O objetivo do governo é afastar a insegurança jurídica em relação
aos creditamentos. PIS e Cofins não serão calculados sobre o ICMS e,
coerentemente, os créditos tampouco serão computados dessa forma, evitando-se,
com isso, o duplo creditamento.
Fonte: Ministério da Fazenda.
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